25.10.12

A tarde é quente. A semana esperneia, perto do fim. O meu peito tem um coração descompassado, acelerado e ansioso que espera uma definição. O verão. O dia que se abra. Gasto meus olhos na frente do computador, apático, por horas. As promessas de tarefas, de trabalho, de atividade...as promessas pra mim mesmo...sentaram pra tomar um café e pegaram no papo. Nada flui. Não funciona. A vida tem sido eterna expectativa repetida. Erros intencionais, desleixo, displicência, abandono. Quero ter de novo em minhas mãos algo quente e pulsante. Quero sentir que tenho sangue nas veias, que elas vivem. As cores têm sumido pro meu coração que anda daltônico e vesgo. As tardes não pedem mais ação. Pedem silêncio. Pedem cansaço. Pedem choramingos ridículos... faz tempo que eu não vejo o mar, que eu não sinto o sol na pele, que eu não cheiro o cheiro do ar...quem dera fosse só dormir e acordar, com tudo certo no lugar.

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