18.10.12

dedos de amora

Mancho meus dedos de amor. E é o mais próximo que chego do sangue. Enquanto todos começam a se acalmar, na expectativa do descanso do final de semana, é na quinta-feira que encaro o leão a matar. Na véspera da sexta, a feliz e desejada sexta-feira, me remoo em busca de forças para vencer mais uma semana. Para mim, a vitória demora mais a chegar. O sangue falso nos dedos me dão um ar heróico. Ou talvez um ar duvidoso: sou eu que sangro ou aquele sangue falso é de outros? São oito da noite: as notícias desfilam sem importância no telejornal. Sinto fome. Busco me purificar, me limpar, minha redenção. O corpo já não sabe se é cansaço, tristeza ou apatia. A cabeça perturbada busca manter-se serena.  E desse jeito vou dar de cara com a sexta-feira que enfim vai me redimir, ou me derrotar.

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